
Almeida, uma das Aldeias Históricas de Portugal
Finalmente tive a oportunidade de visitar uma aldeia que levava muito tempo na minha bucket list: Almeida!
Por um lado porque é o sítio de onde vem o meu apelido e por outro porque, depois de ver as fotos aéreas da zona, fiquei com muita curiosidade sobre como seria.
Almeida, em conjunto com outras 11 aldeias (Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha, Belmonte e Trancoso), faz parte de um programa do governo português chamado Programa de Aldeias Históricas.

As Aldeias Históricas são um conjunto de núcleos urbanos anteriores à fundação de Portugal, com grande importância histórica. Normalmente eram construídos em terras altas, pois serviam como defesa para as suas populações. De destacar a sua arquitectura militar: rodeadas por muralhas e com um castelo no seu interior.
Almeida não é excepção. Pode que pelo nome não saibam de que vila falamos, mas ao verem as fotos aéreas de certeza que conhecem a imagem de algum lado:
A Praça-Forte de Almeida é considerada, juntamente com as de Valença e de Elvas, uma das mais monumentais e bem conservadas de toda a Europa. Tem forma de estrelas de 12 pontas, com seis baluartes e seis revelins e um fosso de 12 metros de largura e 2,5km de comprimento. Durante a sua época áurea esteve guarnecida por 5000 homens e continha mais de 100 bocas de fogo de diversos calibres.

A vila não é grande, com uma população de cerca de 1300 pessoas, mas merece bem uma visita! Está um pouco retirada do percurso normal, mas se estiverem pela zona da Guarda e/ou a passarem a fronteira de Vilar Formoso, não se esqueçam de dar um saltinho a Almeida. Na mesma zona encontram-se também Castelo Bom e Castelo Mendo, outras duas aldeias medievais que em conjunto com Almeida serviam de posições estratégias na defesa contra o reino de Espanha. Do outro lado da fronteira, os espanhóis “contra-atacavam” com o Real Fuerte de la Concepción, na aldeia de Obispo.
O que ver?
Podemos “perder-nos” em segurança pelas ruas de Almeida. São muito engraçadas, em paralelo, sempre a subir e a descer e com sorte ainda encontramos algum pormenor interessante a cada virar da esquina.
– Casa Brasonada – Brigadeiro Vicente Delgado Freire

Estilo barroco do séc. XVIII é um dos melhores exemplos de arquitectura civil da vila. Na sua frontaria, uma pedra de armas bastante ornamentada.
– Casa da Roda dos Expostos


No século XIX foram instituídas as Casas da Roda dos Expostos, que acolhiam crianças abandonadas. Num dos lados da casa existia uma “roda” onde eram deixadas as crianças. Esta casa, estrategicamente posicionada perto de uma poterna, data de 1843.
– Casa dos Vedores Gerais

– Casamatas / Baluarte de S. João de Deus

No interior existe um complexo construído de 20 compartimentos abobadados com cobertura megalítica. Serviram como refúgio para a população quando a Praça-forte era atacada. Foi adaptado para albergar um museu em 2009.
– Castelo

Se estiverem distraídos, como eu, passam por cima das ruínas e nem percebem. Foram classificadas Monumento Nacional em 1928 e acha-se que a sua origem seja muçulmana ou leonesa.
– Paços do Concelho/Corpo da Guarda Principal
É, juntamente com o Quartel das Esquadras, um dos exemplares subsistentes da arquitectura militar construída de raiz em Almeida.
– Igreja da Misericórdia

– Paiol e Casa da Guarda

Foram construídos no século XIX e localizam-se no revelim de Santa Bárbara. O Paiol é ladeado por um fosso e destina-se a armazenar pólvora e munições constituindo um elemento essencial do complexo sistema abaluartado de defesa.
– Picadeiro D’El Rey

Originalmente funcionou como Trem de Artilharia e Arsenal, e aqui estavam as forjas para a manufactura e reparação do equipamento bélico. Foi um quartel de artilharia e uma Fábrica de Pão, mas acabou em ruínas no séxulo XIX.
– Portas Duplas de Santo António

A Porta Interior, ou Magistral, data do século XVIII.
– Portas Duplas de São Francisco da Cruz
A Porta Exterior é já do séc. XIX, mas a Interior ou Magistral contém o portal monumental do séc. XVII, atribuído a Pierre Garsin.
– Praça Alta
Está localizada no cimo do baluarte de Santa Bárbara. É o ponto mais alto da fortaleza e foi o local mais importante para vigiar os movimentos das tropas eminigas. Hoje em dia é um dos locais favoritos apra ter uma vista panorâmica da vila. Aqui encontramos as plataformas para tiro de morteiro e o túmulo de John Beresford, oficial Inglês que dirigiu o exército português e que morreu em 1812.
– Quartel das Esquadras

Edifício com características barrocas, do séc. XVIII e que serviu como quartel de infantaria.
– Revelim Doble / Hospital de Sangue

“É considerado um dos baluartes mais perfeitos pelo facto de cobrir todos os flancos. Em 1658 foi aqui criado o Hospital de Sangue devido ao elevado número de feridos que ocupavam a cadeia e a casa da câmara. A ponte levadiça, reconstruida recentemente, fazia a ligação entre o reduto e o cemitério, onde ainda hoje existem algumas lápides.” (aldeiashistoricasdeportugal.com)
– Terreiro Velho

Este nome faz alusão aos antigos alpendres do mercado que se situavam na praça Velha.
– Torre do Relógio

Construída em 1830, localiza-se na zona do Castelo, mesmo ao lado da entrada do cemitério.
– Vedoria Geral da Beira / Casa dos Governadores

Melhor altura para visitar?
Qualquer dia de sol é bom para visitar Almeida! Nós apanhamos um pouco de chuva e andar pelo meio da relva escorregava um bocado.
Quando estive no FITUR, aqui em Madrid, encontrei um stand da vila de Almeida e disseram-me que um evento a não perder era a Recriação do Cerco de Almeida, que normalmente acontece no último fim-de-semana de Agosto.
O que comer?
As iguarias típicas da região são várias e incluem o Cozido à Portuguesa, o Cabrito e Borrego Assado, Arroz de Lebre, Coelho à Caçador, a Bola Doce e o Queijo. Como no dia em que passamos por aqui levavamos sandes para almoçar (viva a bendita da tortilla!), acabamos por não entrar em nenhum restaurante. Isso sim, para tomar café aconselho um cafézito pequeno da Rua Dr. Chegão, 24. Não consegui encontrar o nome em lado nenhum, mas aqui fica uma foto do Google StreetView:
Como chegar?
– Carro: seguir pela A25 em direcção a Vilar Formoso, sair no nó do Alto Leomil (EN324) e apanhar a EN340 em direcção a Almeida.
– Autocarro: os transportes podem ser efectuados recorrendo às seguintes empresas: Joalto, Rodoviária da Beira Interior ou Rede Nacional de Expressos
– Comboio: o comboio não chega até Almeida. É necessário apanhá-lo até à vila de Vilar Formoso e desde aí apanhar um autocarro para Almeida.
Onde ficar?
Se quiserem ficar uma noite por Almeida e aproveitar o sossego da vila, os melhores sítios para procurar hotéis ou alojamento são o Booking e o Airbnb. Como estivemos só de passagem não conheço nenhum hotel a fundo para recomendar, no entanto no Airbnb vi um alojamento por 20€/noite!
- Baluarte de Almeida
- Fosso
- Portas duplas de São Francisco da Cruz
- Portas duplas de São Francisco da Cruz
- Casinha típica
- Casinha típica
- Casinha típica (ou o que resta dela)
- Entrada Cemitério
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