
Pastrana, vila perfeita para um fim-de-semana romântico
Em Maio eu e o Alex celebramos um ano! Era uma data especial e não nos apetecia ficar em Madrid, então decidimos fazer algo diferente, conhecer algum sítio que não estivesse muito longe daqui e desse para relaxar um pouquinho. O local escolhido foi Pastrana e gostamos tanto que estamos a pensar fazer disto tradição!

Pastrana é uma pequena aldeia situada a sul da província de Guadalajara, a 95km de Madrid e o seu nome deve ser conhecido por alguns, já que foi aqui que a famosa Princesa de Éboli (a que tinha um olho tapado) esteve presa durante grande parte da sua vida! Além disso, Santa Teresa de Jesus fundou dois conventos nesta aldeia.
Com 978 habitantes, toda a gente se conhece. As pessoas são amáveis e sentimo-nos realmente bem e em casa. Até nos pediram para levar mensagens e tudo! “Desculpe, o senhor é o Tino (empregado do bar)? É que o Luismi (dono do hotel onde estávamos) pediu-nos para lhe dizer que está à sua espera no hotel para beber uns gin tonics esta tarde!”

Maldito vento! xD
Decidimos ir no fim-de-semana de 21 e 22 de Maio e o tempo estava ameno, com sol e boa temperatura. O calor sufocante desta zona da meseta ainda não tinha aparecido, o que foi um alívio!
A ideia de irmos até Pastrana foi do Alex. Quando conversamos disse-me que havia um spa rural. Oi? Spa? Rural? “Y eso?” (típica pergunta que faço quando fico entusiasmada)
O que ver
Apesar de pequena, a vila tem uma grande história e vários sítios para visitar. Como fomos em ‘plan relax’, acabamos por ver pouca coisa, mas nem por isso deixou de valer a pena!
Plaza de la Hora
Pastrana é provavelmente a única povoação espanhola que não tem uma Plaza Mayor! Aqui chama-se Plaza de la Hora e é a grande praça de armas que podemos encontrar em frente ao Palácio Ducal.
Era utilizada para paradas militares, receber a corte e chegou mesmo a ser a praça de touros da vila, antes da construção da actual.
A praça recebeu este nome na época em que a Princesa de Éboli esteve presa no Palácio Ducal. O seu único contacto com o exterior era poder sair até à varanda, completamente rodeada de grades, durante uma hora ao dia.
Palacio Ducal

Em 1541 o português Rui Gomes da Silva, secretário pessoal do rei Filipe II (Filipe I de Portugal), compra a vila de Pastrana o que faz com que seja nomeado Duque de Pastrana. Nesse mesmo ano o palácio começa a ser construído pela mão de Alonso de Covarrubias, mas nunca chega a ser terminado, até que em 1997 a Universidade de Alcalá de Henares o compra e termina as obras.

A fachada é muito sóbria e como decoração tem apenas um frontão por cima da entrada principal com a inscrição “De Mendonza y de la Cerda”, que mais tarde teria a parte de cima cortada para a instalação de um varandim desde o qual os duques podiam ver as touradas na Plaza de la Hora.

A torre de levante, com a sua varanda completamente gradeada, foi onde esteve presa a Princesa de Éboli Doña Ana de la Cerda (também Duquesa de Pastrana) até à sua morte!
O interior do palácio está decorado sobretudo com azulejos toledanos de estilo mudéjar e artesoados nos tectos dos salões principais.
Iglesia Colegiata
Erigida no século XIV como igreja paroquial, hoje em dia alberga um importante museu paroquial com muitas peças, incluindo a colecção de tapetes góticos de Afonso V de Portugal.
Muralha e Arco de São Francisco

Em 1369, graças à Ordem de Calatrava, Pastrana é nomeada vila facto que leva à construção de uma muralha que rodeia a cidade.
Casa del Deán

Palácio do século XVII que servia como residência do clérigo que presidia à Igreja Colegiata.
Palácio Viejo

O único a ser construído fora das muralhas, como hospedaria da ordem de Calatrava.
Colegio San Buenaventura

Mandado construir pelo Arcebispo Don Pedro González de Mendonza em 1628 como colégio e albergue dos rapazes que participavam no coro das cerimónias religiosas na Igreja Colegiata.
Convento del Carmen

Fundado por Santa Teresa de Jesús em 1569. Um dos seus primeiros ocupantes foi São João da Cruz que, juntamente com Santa Teresa, é considerado o fundador dos Carmelitas Descalços.

Aqui ao lado está a antiga Ermita de San Pedro y San Juan de la Cruz, local que já existia na Idade Média e a partir do qual veio a ideia de fundar aqui o Convento del Carmen. Aqui encontramos também a gruta de São João da Cruz local onde, segundo a tradição, este frade vinha passar algumas temporadas a meditar.

Miradouro Sagrado Coração de Jesus
Tem umas vistas fantásticas sobre Pastrana, mas pouco mais… Chegamos até aqui graças ao Geocaching e não nos arrependemos!
Onde ficar?
De entre as opções de hotéis que havia quando reservamos, decidimos ficar no Hostal Rural Los Telares por estar mais perto do centro da vila (e também porque era o único cujo pack oferecia jantar) e a escolha não foi mal feita!
O hostal está situado no bairro Albaicín, o antigo bairro mouro da vila de Pastrana e o dono baseou-se no quadro ‘Las Hilanderas’ de Velazquez para restaurar e reformar o hotel. Imagina que estás numa casa senhorial medieval, mas com todos os confortos que existem nos dias de hoje!

Algumas das particularidades que mais gostei no hotel: as escadas e o corrimão de madeira maciça, os tectos em madeira a imitar os do Palácio Ducal e a adega que mais não era do que uma “mancave” com várias garrafas de vinho excelente, um bar para servir os amigos, mesa de refeições e um fogão pequeno para fazer uns petiscos. Aquilo que qualquer pessoa deseja ter numa casa de campo!
Os donos são extremamente simpáticos e receberam-nos com todas as amabilidades possíveis. Convidaram-nos para um copo de vinho de boas vindas, estivemos 1h na conversa e ainda nos ofereceram uma garrafa de vinho.
O pequeno-almoço é tomado numa mesa grande corrida, com o resto dos hóspedes. Café com leite, sumos naturais, compotas feitas pela dona, pão, bolos, fruta e iogurtes. Simples mas suficiente para dar forças para mais um dia de caminhada pela vila e arredores!
O quarto

Como não especificamos se queríamos cama de casal ou não, calhou-nos um quarto com 2 camas de solteiro, nada que não se resolva ao juntá-las! (há gente que não gosta e que se queixa, mas nós não somos esquisitos!)
O quarto era enorme, no segundo andar e com umas vistas fantásticas sobre a praça de touros, inaugurada em 1885 e a mais antiga da província de Guadalajara!
Comodidades: caixa forte, ar condicionado, TV HD, telefone, WiFi, piso radiante (perfeito para os invernos frios desta zona) e música ambiente no quarto e na casa de banho (por separado).

Como chegar?
Pastrana está a cerca de 95km de Madrid e a melhor forma de chegar é sem dúvida de carro, apanhando a A3 ou A2.
Outra forma de chegar, bastante mais lenta, seria ir até Guadalajara em autocarro ou comboio e aí apanhar outro autocarro para Pastrana.
Spa Rural
Este foi O motivo pelo qual decidimos passar o fim-de-semana em Pastrana. Nada melhor do que 2h30 de puro relaxamento num spa construído num antigo moinho do século XVII.

O local é pequeno e só aceitam 2 casais de cada vez, portanto convém marcar a nossa hora assim que possível, para não nos calharem turnos demasiado cedo ou tarde. Nós escolhemos começar às 18h00, assim pudemos desfrutar da vila durante todo o dia, relaxar no spa e depois ir jantar e desfrutar da noite!
A experiência começa numas piscinas/jacuzzis com cascatas e 36 posições de hidroterapia. Adormecemos os dois e é bem possível que algum tenha ressonado!

De seguida fizeram-nos uma exfoliação corporal e mandaram-nos para o hammam, ou banho turco que preferirem. Eu não sou grande fã de banho turco, mas este tinha umas canecas com água fria para refrescar o corpo que me ajudaram a manter-me lá dentro mais de 30 segundos.

Saídos do hammam fomos até uma sala fria com aromaterapia para relaxar e depois tivemos direito a uma massagem corporal com mascara facial de uva branca e vinho (qui chiqui beinhe!) de 35 minutos. No final da massagem fomos levados para uma sala com chás, bombons, frutas e uns divãs fantásticos onde acabamos por adormecer de novo.

Foi a minha primeira experiência num spa deste tipo e aconselho vivamente. De facto, estamos a pensar volta no próximo ano!
Onde comer?
Na vila de Pastrana, para picar algo, recomendo o Restaurante Cesar. Petiscamos no bar ao almoço e o jantar do pack foi servido no mesmo restaurante. Apesar de ambas as refeições estarem boas, eu preferi o almoço.
Fora de Pastrana, aproveitamos para ira um conhecidíssimo restaurante da zona, a Casa Goyo, em Alcocer, para comer o não menos famoso Cachopo Asturiano (um cordon bleu tamanho grande).

AVISO: as porções são gigantescas e vale a pena levar um gruipo de amigos para almoçar. Caso não consigam comer tudo, podem sempre trazer para casa!

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